terça-feira, 22 de outubro de 2013

Farelo de aveia: a versão que ajuda na dieta Essa é a parte que contém mais fibras do grão, ou seja, traz muito mais beta-glucanas

Farelo de aveia tem mais fibras do que o grão, ou seja, possui uma quantidade maior de beta-glucanas e seus benefícios


Farelo é uma palavra que sempre tem uma conotação negativa, como se fosse o resto de um alimento. Aliás, o farelo de aveia é exatamente isso, a camada externa do grão que é retirada no processo de refino, e antes acabava não sendo aproveitada. Porém, assim como o farelo de trigo, descobriu-se que estava sendo desperdiçada uma quantidade importante de nutrientes, como as fibras! Isso porque os farelos são sempre alimentos integrais. De resto, a composição nutricional de ambos os alimentos são semelhantes, o que significa que o farelo contém glúten. 
E no caso da aveia, não é qualquer fibra de que estamos falando, já que as beta-glucanas são um tipo especial e estão em abundância na parte externa da aveia, trazendo benefícios ao nosso organismo, como a maior demora na absorção da glicose e do colesterol. 

Principais nutrientes do farelo de aveia

NutrientesFarelo de Aveia (30 g)Aveia (30 g)
Calorias74 kcal117 kcal
Carboidratos19,87 g19,88 g
Proteínas5,19 g5.07 g
Gorduras totais2,11 g2,07 g
Gorduras saturadas0,39 g0,36 g
Gorduras monoinsaturadas0,71 g0,65 g
Gorduras poli-insaturadas0,83 g0,76 g
Fibras4,6 g3,2 g
Cálcio17 mg16 mg
Ferro1,62 mg1,42 mg
Magnésio70 mg53 mg
Fósforo220 mg157 mg
Potássio170 mg129 mg
Sódio1 mg1 mg
Zinco0,93 mg1,19 mg
Vitamina B1 (Tiamina)0,35 mg0,23 mg
Vitamina B2 (Riboflavona)0,06 mg0,04 mg
Vitamina B3 (Niacina)0,28 mg0,28 mg
Vitamina B60,05 mg0,03 mg
Vitamina B9 (Ácido fólico)16 mcg17 mcg
Vitamina E0,3 mg--
Vitamina K1 mcg--
Fonte: Tabela do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos           
Ao comparar o farelo com a aveia, percebemos que boa parte de suas vitaminas e minerais estão em quantidades equilibradas na comparação. O farelo perde para a quantidade de zinco da aveia, mas em compensação ganha em vitamina E e K, em minerais como o ferro, potássio e fósforo, tem um pouco mais de gorduras totais, principalmente as monoinsaturadas, que ajudam a aumentar o colesterol HDL, considerado bom para nosso organismo.
Outra vantagem está na quantidade de fibras, compostas principalmente por um tipo solúvel chamado beta-glucana, que traz ainda mais benefícios para saúde ao se transformar em um gel no sistema digestivo quando entra em contato com a água. 
Ambos contém esse tipo de fibra, mas o farelo é bem mais rico. Para se ter uma ideia, a quantidade de fibras recomendada ao dia é 35 gramas. A porção recomendada de farelo de aveia (30 gramas ou duas colheres de sopa) contém 4,6 g desses nutrientes, ou seja, 18% do que precisamos ao dia. Enquanto isso, a aveia comum corresponde a 11% das nossas necessidades diárias. Veja qual porcentagem do Valor Diário* de alguns nutrientes o farelo também carrega: 
  • 31,5% de fósforo
  • 29% de vitamina B1
  • 26,5% de magnésio
  • 18% de fibras
  • 13% de zinco
  • 11,5% de ferro
  • 10% de proteínas
  • 6,5% de carboidratos
  • 6% de ácido fólico
  • 4,5% de vitamina B2
  • 4% de vitamina B6
  • 4% de gorduras totais
  • 3% de vitamina E
  • 2% de vitamina B3
  • 2% de gorduras saturadas
  • 2% de cálcio
  • 1,5% de vitamina K
  • 0,05% de sódio.
* Valores Diários de referência para adultos com base em uma dieta de 2.000 kcal ou 8.400 kJ. Seus valores diários podem ser maiores ou menores dependendo de suas necessidades energéticas.

Benefícios do farelo de aveia

Traz saciedade O farelo tem mais fibras do que o grão em si, e em ambos os casos os dois tipos de fibras estão presentes: as insolúveis, como a celulose, que não são quebradas pelo nosso corpo. E as solúveis, estrelas desse alimento, que tem sua maior representante nas beta-glucanas. Sua característica é absorver a água e formar um gel no estômago e intestino, aumentando seu tamanho. Ele ainda forra as paredes desses órgãos, tornando mais lenta a absorção dos nutrientes e deixando o bolo alimentar mais tempo parado. A vantagem desses dois mecanismos é que informam o corpo que ele pode liberar hormônios de saciedade, evitando que você coma muito mais. 
Regula o intestino Mais uma vez as fibras são as heroínas! O gel formado quando elas entram em contato com a água ajuda no trânsito intestinal. E as beta-glucanas são fermentadas no intestino, o que estimula o crescimento da microbiota intestinal (conhecida também como flora intestinal), que são as bactérias benéficas que carregamos ali. Isso melhora o organismo de várias formas, inclusive estimulando os movimentos peristálticos. 
Uma equipe de pesquisadores ingleses do Imperial College analisou vinte e cinco estudos que envolviam mais de duas milhões de pessoas. Os pesquisadores chegaram à conclusão de que a alta ingestão de fibra alimentar, particularmente de cereais e grãos integrais como a aveia e seu farelo, está associada com a redução do risco de câncer colorretal. A cada adição de 10 g por dia de grãos integrais no total de fibras ingeridas, constatou-se uma redução de 10% no risco da doença. 
Ajuda a defender o organismo Ao estimular as bactérias do intestino, as fibras também ajudam nosso sistema imunológico, afinal porque 60% do total de imunoglobulinas do nosso corpo estão nesse órgão! Além disso, as bactérias do bem transformam as fibras em ácidos graxos de cadeia curta, que impedem que os microrganismos ruins do intestino invadam a corrente sanguínea e se espalhem pelo nosso corpo, criando uma defesa indireta também. 
Colabora a prevenir diabetes Lembra-se do gel formado pelas beta-glucanas, que retardam a absorção de alguns nutrientes? Um deles é a glicose, que acaba sendo enviada em doses menores para a corrente sanguínea. O resultado disso é que o pâncreas precisa produzir menos insulina, que coloca esses nutrientes para dentro da célula. Isso evita que os órgãos se tornem resistentes ao hormônio e que seja preciso mais dessa substância para absorver a mesma quantidade de açúcar, quadro que pode evoluir para diabetes tipo 2
Outra boa notícia é que a insulina é responsável por fazer com que as gorduras se armazenem no tecido adiposo. Portanto, se sua produção cai, o processo tende a reduzir, evitando um acúmulo de "massa gorda". 
Aliado do coração colesterol também tem sua absorção reduzida devido ao gel formado pelas fibras. Isso faz com que o nutriente não sobre no nosso corpo. Estudos mostram que a ingestão do cereal, especialmente na forma de farelo, é benéfica para quem tem essa taxa alta, já que ocorre uma diminuição de até 10%. 
Traz bem-estar Por ser uma alimento rico em proteínas, a aveia contém triptofano, um precursor da serotonina, neurotransmissor responsável pelo controle do nosso humor, conhecido como amigo do bem-estar. Para a conversão de um para o outro, é necessária a ação de uma enzima, que só funciona bem quando os níveis de alguns nutrientes estão adequados, entre eles, o magnésio, encontrado também por aqui.
Ajuda o cérebro Como vimos, o farelo de aveia tem boas quantidades de vitamina B1. Todas as pertencentes ao complexo B ajudam o nosso corpo na captação de energia nas células, principalmente ao auxiliar no metabolismo do oxigênio e da glicose, as principais fontes de combustível celular. A B1, ainda por cima, tem essa ação principalmente nos neurônios, células que formam nosso cérebro. 

Quantidade recomendada de farelo de aveia

De uma a duas colheres de sopa por dia (quantidade que gira em torno de 15 a 30 gramas) é o suficiente para consumir o farelo de aveia. E lembre-se de incluir também uma boa quantidade de líquidos, entre 1,5 e 2 litros ao dia, para que as fibras façam efeito. 

Como consumir o farelo de aveia

A aveia é cheia de benefícios, mas o processo de refino do grão tira parte de suas fibras, que ficam no farelo
O farelo de aveia pode ser consumido acompanhando frutas, misturado a sucos, iogurtes e vitaminas e ou mesmo em massas doces e salgadas de tortas, bolos e biscoitos. 

Compare o farelo de aveia com outros alimentos

O farelo de aveia não tem quantidades relevantes em geral de nutrientes, sua maior vantagem, porém, está no tipo de fibras que ele possui: sua maioria é solúvel, com um bom destaque às beta-glucanas. Porém, quando comparado com outros farelos, ele possui boas vantagens. 
  • O farelo de aveia tem uma grande quantidade de gorduras, 10 vezes mais do que o de milho e duas vezes mais do que o de trigo. Isso pode parecer ruim, mas a vantagem se reflete principalmente nas gorduras boas, ou seja, monoinsaturadas (10x mais do que o farelo de milho e 3x mais do que o de trigo) e poli-insaturadas (4x mais do que o de milho).
  • Este alimento também contém boas quantidades de vitamina K, quando comparado também com os outros farelos. A quantidade é considerada relevante, porém existem outras fontes mais ricas, como o brócolis e o espinafre, por exemplo.
Nutrientes (30 g)Farelo de AveiaFarelo de MilhoFarelo de TrigoFarelo de Arroz
Calorias74 kcal67 kcal65 kcal95 kcal
Carboidratos19,87 g25,69 g19,35 g14,91 g
Proteínas5,19 g2,51 g2,51 g4 g
Gorduras2,11 g0,28 g1,28 g6,26 g
Gorduras saturadas0,39 g0,04 g0,19 g1,25 g
Gorduras monoinsaturadas0,71 g0,07 g0,19 g2,26 g
Gorduras poli-insaturadas0,83 g0,12 g0,66 g2,24 g
Fibras4,6 g23,7 g12,8 g6,3 g
Cálcio17 mg13 mg22 mg17 mg
Ferro1,62 mg0,84 mg3,17 mg5,56 mg
Magnésio70 mg19 mg183 mg234 mg
Fósforo220 mg22 mg304 mg503 mg
Potássio170 mg13 mg355 mg446 mg
Sódio1 mg2 mg1 mg2 mg
Zinco0,93 mg0,47 mg2,18 mg1,81 mg
Vitamina B1 (Tiamina)0,35 mg0,003 mg0,16 mg0,86 mg
Vitamina B2 (Riboflavona)0,06 mg0,03 mg0,17 mg0,08 mg
Vitamina B3 (Niacina)0,28 mg0,82 mg4,07 mg10,19 mg
Vitamina B60,05 mg0,04 mg0,4 mg1,22 mg
Vitamina B916 mcg1 mcg24 mcg19 mcg
Vitamina E0,3 mg0,13 mg0,45 mg1,48 mg
Vitamina K1 mcg0,1 mcg0,6 mcg0,6 mcg
 Fonte: Tabela do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos                 

Contraindicações

Mesmo sendo muito saudável, o farelo de aveia contém as mesmas proteínas do que o grão e uma delas é o glúten, item que precisa ser vetado da dieta de quem tem a doença celiaca, assim como o trigo. Além disso, algumas pessoas são apenas sensíveis ao glúten, precisando também reduzir esse tipo de alimento.
O alto teor de fibras desse alimento também o torna contraindicado para: crianças com menos de seis meses, pois elas não tem um aparelho digestivo desenvolvido; quem tem intestino acelerado, já que as fibras otimizam o funcionamento do trânsito intestinal; quem tem síndrome do intestino irritado ou colite, já que as fibras causam ainda mais irritação. 

Riscos

O excesso de consumo da aveia pode causar intolerância alimentar ou flatulência. Todo alimento em exagero pode criar uma intolerância, isso é individual de cada um. Além disso, como todo item rico em fibras, precisamos de maior quantidade de água para ajudar na digestão, senão é possível criar gases. O excesso de fibras na alimentação também diminui a absorção de zinco e cálcio.

Onde encontrar

Você pode encontrar a aveia em suas diferentes formas nos supermercados e em lojas de produtos naturais. Ele pode ser comprado também pela internet.

Enriqueça sua dieta com chia de oito maneiras diferentes

Semente é versátil e pode até substituir os ovos na hora de preparar uma receita

colher de chia - Foto Getty Images

Consuma em forma de gel

Quando você mistura a semente de chia com água, ela começa formar uma espécie de gel, reação característica das fibras solúveis. "Comer essa gelatina provoca um atraso no esvaziamento gástrico, aumentando a sensação de saciedade", diz a nutricionista Bruna Pinheiro, do Dieta e Saúde. Além disso, o gel formado aumenta o volume do bolo fecal, melhorando o funcionamento do intestino e prevenindo a prisão de ventre. Para consumir a chia em forma de gel, deixe uma colher de sopa da semente de molho em 60 ml de água durante aproximadamente 30 minutos. "O ideal é consumir o gel assim que ele estiver formado, não sendo recomendado guardar a mistura para comer depois." 
farinha de chia - Foto Getty Images

Farinha de chia

Feita por meio da trituração da semente, a farinha de chia contem todos os nutrientes que o grão inteiro oferece. "Ela pode ser usada no preparo de diversas receitas, como massa de bolos, tortas, pães e brownies", diz a nutricionista Bruna. "Ao trocar a farinha de trigo pela de chia, você está acrescentando ao prato diversos nutrientes que não aparecem (ou aparecem pouco) na farinha de trigo, como proteínas, cálcio, ferro e ômega 3." 
mulher comendo iogurte - Foto Getty Images

Acrescente ao iogurte

Quando em contato com líquidos, a semente de chia forma um gel que torna a digestãomais lenta, aumentando sua saciedade após a refeição. "Ao colocar chia no iogurte, você também está acrescentando fibras ao prato e enriquecendo ainda mais a bebida com cálcio e proteínas", afirma o nutricionista Wellington. "Isso contribui para a prevenção de doenças como osteoporose e ainda ajuda na reconstrução muscular". Uma sugestão é comer a porção no lanche entre as refeições, pois um pote de iogurte desnatado (160ml) mais uma colher de sopa de chia contém apenas 70 calorias. 
suco com hortelã e chia - Foto Getty Images

Vitaminas e sucos

Ao acrescentar a chia em sucos ou vitaminas, você não só aproveita todos os nutrientes que as frutas oferecem como também está ingerindo boas doses de cálcio, proteínas, ferro e zinco. "Além disso, a chia potencializa o efeito antioxidante das frutas, ajudando no combate ao envelhecimento e prevenindo doenças como o câncer", diz Bruna Pinheiro.
salada de frutas - Foto Getty Images

Após a atividade física

"Consumir uma salada de frutas acompanhada da chia pode ser uma ótima opção de lanche após os exercícios, uma vez que as frutas são fontes de carboidratos e a chia possui elevado teor de proteínas e potássio", explica Wellington Pinheiro. Para quem pratica atividade física, é indispensável o consumo dessa combinação após o treino, já que os carboidratos vão repor a energia perdida, as proteínas vão ajudar na recuperação dos músculos e o potássio irá prevenir câimbras. 'Consumir a fruta inteira em vez do suco oferece mais vantagens uma vez que as fibras das frutas são quebradas quando batidas, diminuindo seus os efeitos."
mulher tirando bolinhos do forno - Foto Getty Images

Substituir os ovos nas receitas

O gel formado pela chia pode ser um ótimo substituto do ovo em receitas. Misturando uma colher de sopa da farinha de chia com 60 ml de água, você obtém uma quantidade de gel suficiente para substituir um ovo em qualquer receita. "Ao fazer isso, há diminuição no consumo do colesterol (presente no ovo) e adição de mais nutrientes ao preparo", afirma a nutricionista Bruna. De acordo com a especialista, qualquer porção de ovos de uma receita pode ser substituída pelo gel da farinha de chia sem problemas. 
salada - Foto Getty Images

Em saladas

A chia pode ser usada para temperar a salada de duas maneiras: como a semente propriamente dita ou então na forma de óleo. "O óleo extraído da chia conserva todos os nutrientes presentes da semente, com exceção das fibras, que são perdidas nesse processo", afirma o nutricionista Wellington. O óleo da chia pode ser usado nas saladas do lugar do azeite e a semente pode ser acrescentada apenas como um complemento da salada pronta.  
pão com gergelim e chia por cima - Foto Getty Images

Faz as vezes do gergelim

Os especialistas afirmam que você pode acrescentar a chia na cobertura de pães e bolos caseiros, como se fosse um gergelim. "No entanto, os benefícios que a chia traz são maiores, uma vez que ela aumenta a saciedade, favorece o bom funcionamento do intestino e é rica em uma série de nutrientes que não estão presentes no gergelim, como as vitaminas, o potássio e o ferro", diz Bruna Pinheiro.

Conheça os nutrientes mais deficientes na dieta dos brasileiros

Cálcio, vitamina D e ferro são algumas das carências importantes

Uma coisa é fato: bons hábitos alimentares influenciam de forma significativa o bom funcionamento do seu corpo. Entretanto, é difícil saber se estamos realmente mantendo a dieta na linha, com a presença de todos os nutrientes importantes - e nesse deslize podem aparecer as carências, acompanhadas de sintomas graves. Esse é o conceito de fome oculta, que acontece quando há uma carência nutricional não aparente de um ou mais nutrientes em nosso corpo. Confira a lista dos nutrientes que são carentes entre a maioria dos brasileiros e veja se você se encaixa nesse perfil:
mulher tomando sol - Foto: Getty Images

Vitamina D

De acordo com o The Brazilian Osteoporosis Study (BRAZOS) a vitamina D não é consumida adequadamente por mais de 99% dos brasileiros adultos ? sendo que a sua ingestão pode ser seis vezes menor que o recomendado (10 mcg até 70 anos e 15 mcg acima de 70 anos). "A causa principal da falta do nutriente é a não exposição ao sol", afirma a nutricionista Cátia Medeiros, da Clínica Atual Nutrição, em São Paulo. O sol, quando em contato com a nossa pele, torna o mineral disponível para uso em nosso organismo, explica a especialista. Entre outras causas da deficiência estão obesidade, sedentarismo, uso de alguns medicamentos por tempo prolongado e o baixo consumo de fontes do nutriente - como óleo de fígado de bacalhau, atum, sardinhas, leite, iogurte, queijos e gema de ovo. Além disso, a vitamina D também pode ser obtida por meio de suplementação, já que as suas fontes são no geral alimentos mais gordurosos e pouco consumidos.

Os sinais de que o corpo está precisando de mais doses de vitamina D, de acordo com a nutricionista, são diminuição da imunidade - podendo se apresentar como resfriados e infecções frequentes - fraqueza muscular, inquietude e irritabilidade em alguns casos, principalmente em crianças e idosos. "Há também um sério impacto na massa óssea se a deficiência se prolongar, trazendo complicações como a osteoporose, principalmente em pessoas com obesidade ou idosos." Quando ela se encontra normalizada, é mais fácil o controle de peso, fortalecimento de ossos e dentes, crescimento em crianças e até mesmo na hipertrofia e controle de acne.
leite e derivados - Foto: Getty Images

Cálcio

A Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF), do IBGE, aponta que 90% da população consomem cálcio abaixo da quantidade recomendada de 1.000 miligramas por dia, não superando o total de 400 miligramas por dia. "O consumo de laticínios em geral vem diminuindo consideravelmente entre a população, pois muitas pessoas acreditam que o leite e os queijos não sejam alimentos saudáveis", afirma a nutricionista Cátia. Entretanto, a contraindicação para consumo desses alimentos só deve ocorrer perante um diagnóstico de alergia ou intolerância, por exemplo. "Isso porque o leite e seus derivados ainda são as principais fontes do mineral, já que ele é mais biodisponível e em quantidades maiores nessas fontes", diz a especialista.

A diminuição do consumo de cálcio pode gerar câimbras, baixo rendimento em atividade física (já que o cálcio participa da contração muscular), irritabilidade, descontrole da pressão arterial, osteoporose (quando a deficiência é crônica), aumento de peso e até mesmo depressão. "Suas principais fontes são os lácteos como queijos, iogurtes e leite na forma desnatada, vegetais verde-escuro, tofu, sardinha, gergelim e amêndoas." Caso você seja intolerante ou alérgico à lactose e não pode obter o cálcio dessas fontes, o ideal é fazer a suplementação. Na dúvida, converse com seu médico.
feijão preto - Foto: Getty Images

Ferro

Essa deficiência acontece não só pelo baixo consumo de suas fontes, mas também por comportamentos alimentares que prejudicam sua biodisponibilidade ao organismo. "Por exemplo, o consumo diário do cafezinho após almoço ou jantar ou consumo excessivo de refrigerantes e alguns tipos de chás ou sobremesas à base de lácteos com frequência após as principais refeições", diz a nutricionista Cátia. Isso acontece porque a cafeína e o cálcio interferem na absorção do ferro, impedindo que ele seja 100% aproveitado pelo organismo. "Os sintomas de deficiência em ferro incluem anemia ferropriva, que desencadeia um estado de desânimo, lentidão de raciocínio, falta de foco e uma sonolência bem acentuada." Em crianças, sua deficiência pode causar retardo do desenvolvimento cognitivo - como ele participa da síntese de neurotransmissores, seu consumo é fundamental para o desenvolvimento e integridade do sistema nervoso central. Em alguns casos, essa deficiência pode resultar em câimbras nas pernas e estomatite, por exemplo.

A POF afirma que apenas 10% dos brasileiros tem o consumo abaixo do ideal de ferro - entretanto, as deficiências podem atingir uma porcentagem muito maior devido as combinações alimentares. As principais fontes de ferro são as carnes de todos os tipos, com enorme concentração no fígado, seguidas de fontes vegetais como leguminosas, grão de bico, ervilhas, soja, lentilha, feijões (sendo as espécies preto e o azuki com maior concentração), além dos folhosos verde-escuros, suco de uva integral e açaí. "Mas vale lembrar que ele é melhor absorvido quando acompanhado da vitamina C presente em frutas frescas."
cenoura - Foto: Getty Images

Vitamina A

 Aproximadamente 50% da população brasileira não ingere as quantidades adequadas de vitamina A. Sua deficiência afeta as estruturas epiteliais de diferentes órgãos, principalmente os olhos. As principais causas da deficiência de vitamina A são falta de amamentação ou desmame precoce, baixo consumo das fontes de vitamina A e baixa ingestão de alimentos que contém gordura, pois é essa que facilita a absorção do nutriente. Entre os sintomas da carência estão cegueira noturna, perda de brilho ocular e baixa imunidade caracterizada por infecções frequentes. "Boas fontes de vitamina de origem animal, como vísceras, gema de ovo e leite integral e seus derivados", explica a nutricionista Nicole Trevisan, de São Paulo. Nos vegetais, a vitamina A é encontrada na forma de carotenoides, que quando ingeridos são transformados no nutriente pelo organismo. "Frutas e legumes alaranjados e vegetais verde-escuros são ricos em carotenoides, como manga, mamão, canoura, espinafre, chicória, couve e salsa."
nozes e azeite - Foto: Getty Images

Vitamina E

 Segundo a BRAZOS, 99% dos brasileiros não atingem as quantidades recomendadas de vitamina E. O nutriente se destaca por proteger a gordura presente na membrana celular dos radicais livres, além de inibir a formação de placas nos vasos sanguíneos e favorecer a vasodilatação. Baixos níveis de vitamina E têm sido associados a diversos tipos de doenças sanguíneas genéticas, incluindo a anemia falciforme, talassemia e deficiência G6PD (uma enzima envolvida no desdobramento dos açúcares). Problemas no transporte das gorduras pelo organismo e má absorção de nutrientes também são as consequências da carência. Adultos com mais de 19 anos precisam ingerir, no mínimo, 12 miligramas de vitamina E por dia. Para atingir a recomendação, insira óleos vegetais e sementes como amêndoas, amendoim, nozes e castanhas no cardápio.
acerola - Foto: Getty Images

Vitamina C

vitamina C está deficiente em 85,1% dos brasileiros. Obtido facilmente pela alimentação ou até por meio de suplementos vitamínicos, esse nutriente é essencial para o bom funcionamento do organismo. Sua carência causa uma doença fatal, o escorbuto, cujos sintomas são inchaço, dores nas articulações, hemorragia nas gengivas e feridas que não cicatrizam. Segundo a nutróloga Daniela Hueb, de São Paulo, hemorragia nasal frequente, anemia ferropriva, apatia, mudanças de humor, cicatrização lenta das feridas e aparecimento de pequenas varizes são alguns sintomas do problema. "A vitamina C protege contra baixa imunidade, doenças cardiovasculares, doenças dos olhos e até envelhecimento da pele", explica.

Frutas cítricas como laranja e limão, verduras em geral, morango, tomate e acerola são algumas fontes de vitamina C. Recomenda-se uma ingestão diária de 90 miligramas para homens e 75 miligramas para mulheres, ambos acima de 19 anos. Quem fuma deve consumir uma quantidade adicional de 35 miligramas por dia, devido ao aumento do estresse oxidativo.
rúcula - Foto: Getty Images

Vitamina K

De acordo com a BRAZOS, cerca de 81% dos brasileiros está com a ingestão de vitamina K abaixo do previsto. Entre diversas atividades, a vitamina K participa na coagulação sanguínea e na formação de proteínas a partir das células ósseas, favorecendo a mineralização dos tecidos ósseos e o crescimento. Assim como a vitamina E, quando em falta, a vitamina K está associada à má absorção de gordura, já que ela depende da gordura para ser transportada pelo organismo. "Além disso, uma dificuldade de coagulação do sangue também pode acontecer, apresentando-se em forma de hemorragias em casos mais graves", afirma a nutricionista Daniela. Óleos vegetais e folhas verde-escuras são boas fontes do nutriente. Para garantir que os benefícios do micronutriente apareçam, o consumo diário deve ser de 120 microgramas.
semente de abóbora - Foto: Getty Images

Magnésio

A falta de magnésio pode provocar diversas doenças, sendo que aproximadamente 80% da população ingerem quantidades abaixo do recomendado (350 mg/dl em homens e 265 mg/dl em mulheres). Entre os principais sintomas de sua deficiência estão tremores, sensibilidade a ruídos, fadiga, insôniaTPM, cálculos renais, enxaqueca e cólicas menstruais. A recomendação diária é de 400mg para homens adultos e 350mg para mulheres adultas, o que equivale a, aproximadamente, três conchas cheias de feijão preto ou 300g de espinafre, por exemplo. Além desses dois alimentos, as principais fontes de magnésio são castanhas de caju, amêndoas, semente de abóbora, pistache, alcachofra e chocolate meio amargo. 
médico segurando uma maçã - Foto: Getty Images

Outros minerais

De acordo com a POF, na faixa etária de 19 a 59 anos, outras prevalências importantes de inadequação nutricional são selênio, zinco, cobre e iodo - o estudo também pontuou que o consumo desses minerais é 40% abaixo do satisfatório. "Com uma dieta pobre em nutrientes gerais, o adulto terá baixa imunidade e estará mais exposto a infecções, além de um maior risco para doenças crônicas não transmissíveis, depressão, falta de libido e uma série de outros problemas", explica a nutricionista Nicole. Doenças cardiovasculares, hipertensão, câncer, colesterol alto e atrofia cerebral são as principais doenças relacionadas com o baixo consumo de nutrientes na fase adulta. "Existe hoje a chamada fome oculta, que acontece em decorrência da alimentação rica em produtos extremamente gordurosos e açucarados, que fazem com que as crianças e adultos tenham um excesso de gordura, sal e açúcar no organismo, mas uma carência de vitaminas e minerais por uma dieta inadequada", diz Nicole. Para aqueles que não mantêm uma alimentação balanceada e sofrem dificuldade para mudar seus hábitos alimentares, a suplementação vitamínica pode ser uma aliada. É importante também o acompanhamento com um profissional, como nutricionista ou nutrólogo, para que ele identifique possíveis deficiências e mostre qual a melhor forma de reverter esse quadro.